Você conhece os malefícios que o açúcar refinado causa para sua saúde?
Posso arriscar dizer que praticamente todo mundo sabe muito bem que o açúcar refinado não é nada bom para nossa saúde. Todos sabemos o que é mais saudável para estar à mesa e o que não é. Mas, também sabemos que na prática é muito difícil tirar o açúcar das nossas vidas. E por que será?
Tem um livro que explica muito bem esse processo, aliás, tem vários, mas este, em especial, é bem interessante, é o “Sugar Blues – O doce amargo do açúcar, de William Dufty, Editora Ground.
O livro elucida como o açúcar teve ascensão em nossa sociedade, sendo utilizado para deixar soldados mais “ligados” para renderem melhor na guerra, associando o açúcar aos efeitos de drogas como o ópio e a heroína.
Eu sei, muitos devem pensar que é um exagero comparar o açúcar a drogas, mas, infelizmente, não é. O açúcar é viciante, sim.
Que atire a primeira pedra quem nunca desejou um docinho depois do almoço ou correu na cozinha atrás de um doce ao longo do dia ou aguou a boca de vontade de comer aquele bolo de chocolate ou lançou mão da seguinte frase: “Nossa, eu sou viciado em doce”.
Obesidade, enxaqueca, diabetes, hipoglicemia, distúrbios metabólicos e alterações psiquiátricas são só algumas das doenças desencadeadas pelo açúcar.
Um estudo de janeiro de 2020, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, constatou que o açúcar não só é viciante, como altera a química do cérebro em apenas 12 dias de consumo consecutivo.
Isso é muito fácil de observar em crianças. Uma criança que está entre os dois e quatro anos, por exemplo, que tem uma alimentação saudável, comendo diariamente alimentos como: arroz, feijão, legumes, frutas e proteína animal e que é apresentada ao açúcar por meio de bolos, biscoitos doces e guloseimas açucaradas em geral, certamente vai começar a rejeitar a comida que comia antes em detrimento de querer mais doce.
O açúcar tem o poder de alterar nossas papilas gustativas e mudar nossa mecânica cerebral. Quanto mais doce comemos, mais doce nosso cérebro pede. Isso não é o mesmo que o efeito das drogas?
Isso acontece porque o açúcar atua liberando dopamina no nosso cérebro e induzindo respostas do nosso centro de recompensas, ou seja, o açúcar é associado a sensações boas e de prazer, logo, é tido como uma recompensa ou como um alívio para algumas situações estressantes.
“Às vezes, ficamos ansiosos para que a criança comece a utilizar o açúcar. Talvez essa seja uma ansiedade mais dos pais do que da própria criança. Nem tudo precisa de açúcar a mais, por exemplo, um suco de melancia não precisa de açúcar. O mesmo vale para o leite: não precisa adoçar a mamadeira”, enfatiza a endocrinologista Livia Marcela, mestre em Endocrinologia pela Unifesp, em entrevista ao portal R7.
Sabemos que em muitas crianças e pessoas adultas o estrago já está feito e é muito difícil se livrar desse vício. É muito importante o acompanhamento profissional de um nutricionista, por exemplo, que pode associar o tratamento com dieta e atividade física, a algum acompanhamento psicológico também.
Quanto mais cedo tentarmos tirar o açúcar das nossas vidas, não em definitivo, mas, pelo menos reduzindo consideravelmente seu consumo, melhor será nossa saúde e menores as chances de termos algumas doenças.
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Chef Bruno Schadeck
